Situação financeira da Unipampa e de acadêmicos é debatida na Câmara
A Comissão de Serviços Municipais e Educação promoveu reunião extraordinária nesta quarta-feira, dia 14 de dezembro de 2022, para tratar do impacto causado pelo corte de recursos no orçamento da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA). Alunos, professores e funcionários lotaram o plenário da Câmara Municipal de Uruguaiana e tiveram a oportunidade de manifestarem-se.
Acompanharam os registros da comunidade acadêmica os vereadores, presidente de Comissão, Clemente Correa, e vereadores Marcia Fumagalli, Adenildo (Bispo) Padovan, José Carlos Zaccaro, Juca (Joalcei) Gonçalves, Marcelo Lemos e Cristiano Bonapace. A diretora do campus, Cheila Stopiglia, compôs a mesa principal de trabalho e iniciou a apresentação dos dados.
“Estamos prestes a finalizar 2022 com o pior cenário orçamentário de história da instituição. Difícil buscar forças para seguir estudando ou trabalhando sem previsão. Lembram do projeto que a Unipampa desenvolve, que transforma as bebidas apreendidas pela Receita Federal em álcool 70 para os serviços de saúde? Esse projeto tem um bolsista que recebe R$ 240,00 pelo seu trabalho e está sem previsão de recebimento. Esse é apenas um exemplo de uma triste realidade”, declarou Cheila.
Demandas recebidas e encaminhadas pela Comissão
Durante as manifestações, foram expostas as seguintes solicitações. Apoio à Câmara Municipal junto ao governo federal para a liberação do recurso cortado; articulação para gratuidade nas passagens dos estudantes e melhorias nos serviços de ônibus, e auxílio emergencial para moradia estudantil ou disponibilização de imóveis desocupados para moradia dos estudantes.
Também destacou-se que o restaurante universitário do campus encerrou as suas atividades na segunda-feira e a próxima empresa ainda não tem previsão de início das atividades, dessa forma, requerem alimentação gratuita no restaurante popular no período de suspensão em caráter emergencial.
Cenário da situação financeira
No dia 01/12 foi anunciado o corte que recolheu o valor reservado para despesas como bolsas para moradia, alimentação e transporte. Dessa forma, 412 bolsistas que recebem bolsa permanência no campus, para custear essas despesas básicas, ficaram sem previsão de recebimento. Estas bolsas têm um valor médio de R$ 334,00, mas são muito importantes para os alunos com menores condições financeiras. Os residentes, assim como os demais pós-graduandos, também não receberam.
Após as manifestações, as bolsas dos pós-graduandos foram pagas no último sábado, assim como as bolsas permanência. Entretanto, 117 bolsas do Programa de Desenvolvimento de ensino, pesquisa e extensão e mais 22 bolsas de auxílio à pós-graduação permanecem sem previsão, por falta de recurso institucional.
Soma-se a isso a falta de recursos da instituição para o pagamento de despesas básicas como conta de energia elétrica, contrato de manutenção de poços para fornecimento de água, contrato de terceirizados de limpeza, segurança e manutenção, aquisição de insumos e material para aulas práticas que constavam no orçamento previsto e em processo de execução, mas o recurso foi recolhido.
O campus Uruguaiana, desde a criação há 15 anos, já formou 2075 profissionais e 740 pós-graduados. Atualmente possui 2243 alunos matriculados, com 301 servidores entre docentes e técnicos que, somados aos 62 trabalhadores terceirizados injetam cerca de 44 milhões de reais de forma direta na economia de Uruguaiana.