Presidente da Liesu é ouvido na CPI do Carnaval
O presidente da Liga das Escolas de Samba de Uruguaiana (Liesu), empresário Jair Rodrigues, foi ouvido, durante uma hora e quinze minutos, pelos vereadores que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apurar supostas irregularidades na organização e comercialização de ingressos do carnaval fora de época de Uruguaiana. Rodrigues disse que a prefeitura teria acrescentado 18 camarotes na planta original, sem o conhecimento da Liesu, além de que teria distribuído gratuitamente lugares em 76 camarotes e no megacamarote oficial, prejudicando a arrecadação das escolas de samba.
O empresário foi ouvido com atenção pelos vereadores José Clemente Corrêa (PT), Luis Gilberto de Almeida Risso (PMDB), Rafael Alves (PSDB), José Fernando Tarragô (PSDB) e Adalberto Silva (PP). Segundo o presidente da Liesu, a prefeitura teria distribuído ingressos gratuitamente, para os lugares previstos em 76 camarotes. Além disso, o carnavalesco calcula que a prefeitura teria entregue 700 convites para o camarote oficial. Outros 18 camarotes, que não estavam na planta original da avenida Presidente Vargas, também teriam sido comercializados pela prefeitura sem o conhecimento da Liesu.
– Em nenhum lugar do Brasil, o prefeito tem um camarote oficial para 700 pessoas. Essa despesa foi feita com recursos públicos. Queremos saber qual foi o custo do carnaval e por que havia 18 camarotes a mais na avenida com ingressos sendo comercializados? – disse Rodrigues.
O dirigente da Liesu sugeriu que aos vereadores que a prefeitura deixe de gastar recursos públicos com a organização do evento. Para Rodrigues, a Liesu teria condições de organizar sozinha o carnaval da cidade.
O primeiro depoimento prestado à CPI do Carnaval foi acompanhado por vários presidentes de Escolas de Samba de Uruguaiana. Conforme os carnavalescos, as escolas tinham a expectativa de arrecadar R$ 128 mil com a venda dos camarotes que receberam para a comercialização. Entretanto, algumas escolas não chegaram apenas 40% dos camarotes em virtude da distribuição gratuita de camarotes. A Escola de Samba Unidos da Ilha do Marduque, porém, foi uma das que maior sucesso teve na comercialização, arrecadando cerca de R$ 100 mil.
O presidente da CPI do Carnaval, vereador José Clemente Corrêa, disse que o objetivo da comissão será esclarecer as informações prestadas pelo presidente da Liesu. Deverão ser ouvidos, nas próximas reuniões da CPI, os engenheiros e arquitetos da prefeitura responsáveis pela organização do carnaval.
A matemática feita pela Liesu sobre o número de camarotes na Avenida do Samba:
Número total de camarotes na planta – 352
Número de camarotes com venda proibida – 80 (sendo 76 para a prefeitura e 4 para a Liesu).
Número de camarotes para comercialização – 272
Número de camarotes a mais na avenida – 18
Um camarote oficial para 700 pessoas.
11 de maio de 2009