Membros da comissão organizadora do carnaval negam irregularidades

Quatro dos cinco participantes da comissão organizadora do carnaval fora de época de Uruguaiana foram ouvidos na tarde desta quarta-feira (13/05/09) pelos vereadores que integram a CPI que apura supostas irregularidades na organização do Carnaval 2009. O arquiteto Carlos Alberto Ferreira do Canto, ex-servidor da prefeitura, e o administrador Giancarlo da Fonseca, foram os primeiros a ser ouvidos. Os dois negaram a prática de qualquer irregularidade durante a organização do carnaval.

O arquiteto Carlos do Canto foi o responsável pela elaboração da planta técnica e pela montagem do sambódromo. Ele garantiu aos vereadores que não houve acréscimo de 18 camarotes no sambódromo como havia denunciado o presidente da Liga das Escolas de Samba de Uruguaiana (Liesu), Jair Rodrigues. Segundo Carlos do Canto, o sambódromo tinha 352 módulos e apenas outros dois camarotes, cujos números eram 360 e 370, foram acrescentados para ficar na reserva e não foram comercializados.

– Era impossível ampliar o número de camarotes e não haveria espaço físico para colocar 18 novos camarotes no sambódromo – disse o arquiteto.

O arquiteto responsável pela montagem da estrutura do sambódromo informou que foram gastos pela prefeitura R$ 632,4 mil apenas com a estrutura dos camarotes. O gasto total da prefeitura, porém, teria sido de R$ 900 mil, incluindo despesas referentes à montagem da estrutura do sambódromo, à instalação dos sanitários móveis e à sonorização da avenida.

– A prefeitura usou dinheiro do seu caixa para montar o sambódromo e o valor da comercialização dos camarotes era destinado para ajudar as escolas de samba – disse o arquiteto.

Na sequência, o administrador Fonseca informou que a prestação de contas dos ingressos comercializados já foi apresentada e entregue ao prefeito. Fonseca preferiu não citar nenhuma cifra para não cometer equívocos na informação dos valores arrecadados com a comercialização dos camarotes e dos ingressos avulsos.

Além do arquiteto e do administrador, também foram ouvidos pelos vereadores outros dois integrantes da comissão organizadora. O servidor municipal Norberto Schirmer Etcheverria e Luiz Fernando Dias disseram desconhecer qualquer prática de irregularidade na organização do carnaval. O ex-presidente da Liesu, Newton Gomes, também foi ouvido na tarde desta quarta-feira. Gomes disse que não houve irregularidades na organização do carnaval. Para ele, houve uma “dicotomia” entre a Liesu e a prefeitura, sobretudo, na forma de disponibilizar os ingressos e camarotes. Para o ex-presidente, a distribuição gratuita de ingressos em 76 camarotes pela prefeitura causou problemas para as escolas no momento da comercialização de ingressos e camarotes pelas escolas de samba. 

– Houve a venda de ingressos por cambistas a preços muito baratos e de ingressos que eram doados. Isso forçou as escolas de samba a baixar os preços dos ingressos de seus camarotes.  – disse