Médico denuncia inconformidades e situações estressantes

No dia 1 de setembro de 2011 o depoimento do Dr. Jorge Darde Ribeiro não trouxe novidades quanto aos pontos 1 (desvio de medicamentos), 2 (legalidade dos repasses de recursos públicos para a Santa Casa de Caridade) e 3 (não aplicação e devolução de recursos referentes a convênios de programas federais) da CPI, entretanto, confirmou a inexistência de contrato de trabalho e carteira assinada de alguns médicos que desempenham suas funções junto à Santa Casa de Caridade.

         À Comissão Parlamentar de Inquérito, o médico falou das vezes que teve conhecimento ou presenciou a interferência da direção administrativa em questões técnicas e clínicas, dando como exemplo, situação bem recente em que necessitou fazer chamada telefônica para o médico Fábio Mota e lhe foi informado pela telefonista de que estava proibida de fazer a ligação para o profissional solicitado, mesmo após ser alegada urgência em razão da necessidade da paciente.

         Quanto a esse fato, o médico entendeu como cerceamento da atividade profissional e formalizou à direção clínica, à direção técnica e ao CRM, como forma de resguardar a sua atividade e a exposição de pacientes ao risco.

          Segundo o médico, essas questões que envolvem o INCAR e a Santa Casa de Caridade foram motivadas por questões pessoais entre o Prefeito Municipal e o médico Fábio Mota a partir de situações criadas com a ingerência da administração nas decisões e necessidades técnicas, e isso vem atingindo todo o sistema de saúde no hospital, chegando a causar dano à saúde de funcionários que trabalham sem tranquilidade e sob pressão.

         O dr. Jorge também relatou que mesmo exames simples, de rotina, devem passar pelo crivo da administradora para que sejam autorizados, o que dificulta a atividade médica e podem trazer risco aos pacientes em urgência.

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        Já o médico anestesista Oscar Blanco confirmou a inexistência de contratos de trabalho, trazendo poucas informações ao processo, referindo-se somente à sindicância da qual participou e que foi originada por denúncia de irregularidades na administração do hospital, cujos documentos estarão sendo requeridos ao Poder Executivo.