Líder do Governo propõe trancamento na pauta dos projetos para pressionar envio de projeto salarial pelo Executivo

O vereador Fernando Tarragô (PSDB), líder do governo na Câmara Municipal, propôs, nesta quinta-feira, o trancamento de todos os projetos que tramitam no parlamento local enquanto o prefeito José Francisco Sanchotene Felice (PSDB) não enviar o projeto de lei que reescalona os vencimentos dos servidores municipais em todos os níveis. A proposta surpreendeu a todos os vereadores. A sugestão foi apresentada durante a discussão que antecipou a votação de um projeto de lei que cria novos cargos na estrutura administrativa e cujo provimento deverá ser por concurso público.

Os vereadores discutiam a respeito da defasagem salarial dos servidores da prefeitura que há cinco anos não são contemplados com aumento ou reposição de perdas de salário. “Já participamos de cinco reuniões com o prefeito para tratar deste assunto e em todas foi cobrada a apresentação do projeto que reestrutura os níveis de vencimento da prefeitura. O prefeito promete enviar o projeto, mas nunca o envia”, desabafou o líder do governo antes de propôr o trancamento da pauta. “Não vamos aprovar mais nenhum projeto enquanto não for enviado o do reescalonamento”, sentenciou.

Os vereadores de oposição (PMDB e PT) e também do Partido Progressista (PP) cumprimentaram o vereador Tarragô pela independência e posicionamento firme. Adalberto Silva destacou que “a posição firme e independente de Tarragô contribui com a Câmara Municipal e com o Executivo”. Mauro Brum também cumprimentou o líder do governo pela postura e disse que a defasagem salarial dos servidores da prefeitura é de mais de 30% com perdas inflacionárias.

Os líderes das bancadas do PMDB e PT, Francisco Barbará e José Clemente Corrêa, aproveitaram o momento par anunciar que as duas bancadas não participarão de nenhuma votação dos projetos do Executivo enquanto não for enviado ao legislativo o projeto de reescalonamento. “Se nós já estamos cansados de esperar pelo projeto, imagina o funcionalismo municipal”, declarou Barbará.

O vereador Rogério de Moraes (PSDB) disse que dentro de 40 dias o prefeito deverá apresentar o projeto de reposição salarial e que a intenção é elevar o básico de R$178,00 para R$500,00. “O projeto precisou ser readequado pelo executivo em razão da queda de arrecadação do município, por isso a demora”, justificou o parlamentar.

17 de setembro de 2009