Funcionalismo de Uruguaiana completa 2,5 anos sem reposição salarial
A proximidade da data-base e a falta de uma sinalização de que haverá reposição de perdas salariais neste ano levaram o presidente do Sindicato dos Municipários de Uruguaiana (Simur), Luiz Alberto do Canto, a manifestar sua desilusão com o poder executivo. Canto falou sobre a desmotivação do funcionalismo local, nesta terça-feira, no plenário da Câmara Municipal. Em abril, a categoria completará 2,5 anos sem receber reajuste ou reposição salarial.
Dos 11 níveis salariais existentes, os oito primeiros níveis percebem faixas de vencimento aquém do salário mínimo nacional. O último aumento foi concedido aos servidores em outubro de 2004, pelo ex-prefeito Caio Riela (PTB). Na época, os municipários receberam 6% em três parcelas. O município de Uruguaiana possui cerca de 1.900 servidores públicos.
– Espero que o prefeito se sensibilize com essa situação. As tarifas públicas aumentaram 81,06% entre 1999 e 2006, e o funcionalismo precisa de reposição e de um plano de saúde para sua motivação. É uma vergonha para o funcionalismo ver a categoria perceber vencimentos abaixo do salário mínimo – reclamou.
O líder do governo, vereador José Fernando Tarragó (PSDB), disse que o prefeito Sanchotene Felice reconhece as dificuldades do funcionalismo. Segundo o vereador, a intenção da prefeitura é conceder aumentos somente após a aprovação de projetos que contemplem a reforma nos planos de carreira dos servidores públicos. A proposta, porém, é rejeitada pelo Sindicato dos Municipários que não aceita discutir a retirada de vantagens conquistadas.
– A proposta do executivo é enviar para a Câmara Municipal projetos para a reforma do plano de carreira do magistério e a dos níveis do funcionalismo. Não há como conceder aumento para todo o funcionalismo sem discutir essas propostas – disse o vereador Tarragó.
A preocupação do poder legislativo com a situação do funcionalismo resultará, neste mês, em um seminário no qual serão debatidas questões referentes à valorização salarial dos servidores. Para o presidente da Câmara de Vereadores, Francisco Barbará (PTB), o tema é preocupante e enseja uma mobilização dos vereadores para tratar do assunto. A mesma preocupação manifestaram os vereadores Luis Gilberto de Almeida Risso (PMDB), Josefina Soares (PSDB) e Alfonsina Guedes de Moura (PMDB).
3 de abril de 2007