Comissão de Saúde da Câmara Municipal pedirá providências enérgicas e urgentes

Os vereadores que integram a Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Uruguaiana farão a entrega de um documento às autoridades sanitárias municipais, estaduais e federais, envolvidas no combate ao avanço da Gripe A (H1N1), pedindo medidas enérgicas e urgentes para serem aplicadas na cidade de Uruguaiana. O município gaúcho é um dos que registra maior número de vítimas da nova pandemia em todo o país. Entre as sugestões que os vereadores farão às autoridades sanitárias estão a adoção de toque de recolher da população, a instalação de um hospital de campanha do Exército no maior porto seco da América Latina para atender caminhoneiros e a proibição de aglomerações que não sejam extremamente necessárias (como celebrações em igrejas, reuniões em bares e bailes e confraternizações em festas).

A elaboração do documento foi decidida depois dos cinco vereadores que integram a Comissão de Saúde ouvirem as preocupações do presidente do Conselho Municipal de Saúde de Uruguaiana e também presidente do SindiSaúde de Uruguaiana e Itaqui, Renato Jorge Trindade Corrêa, e do vice-presidente do Sindimercosul, Jorge Frizzo. Os dois relataram que Uruguaiana não está preparado para enfrentar a epidemia da gripe A e reclamaram que o município não estaria cumprindo com o que vem anunciando para prevenir novos contágios da doença.

Frizzo, que dirige uma entidade representativa de três mil caminhoneiros brasileiros que viajam para Argentina, Chile e Peru, falou que fiscalizou os postos de saúde de Uruguaiana para saber se estavam prestando atendimento e encontrou postos fechados e postos com poucas fichas para consulta. O presidente do Conselho Municipal de Saúde de Uruguaiana, por sua vez, relatou que no pronto-socorro e na Santa Casa os profissionais de saúde não recebem máscaras de proteção para não alarmarem a população.

A maior preocupação das duas entidades, no entanto, é a ausência do Exército Brasileiro nas ações de prevenção que estão sendo desenvolvidas em toda a fronteira oeste do Rio Grande do Sul. “Pensávamos que teríamos o apoio do Exército com médicos e enfermeiros para fortalecer o atendimento que está fragilizado no município, mas ficamos sabendo que o Exército irá atuar em Barra do Quaraí”, declarou o presidente do Conselho Municipal de Saúde. Segundo Renato Corrêa, a maior dificuldade de Uruguaiana é a falta de profissionais. Corrêa destacou a necessidade de oferecer um atendimento específico para caminhoneiros vindos de outros países no porto seco. “Os caminhoneiros, quando estão em viagem, relutam em procurar atendimento médico e, mesmo com os sintomas de gripe, prosseguem as viagens para o centro do país, podendo contagiar outras pessoas. Se o Exército pudesse montar um hospital de campanha no porto seco de Uruguaiana auxiliaria na prevenção da doença”, disse.

As medidas urgentes que a Comissão de Saúde da Câmara Municipal solicita serão entregues nesta quinta-feira ao secretário estadual de Saúde, Osmar Terra, que estará no município para avaliar as medidas de prevenção adotadas nas áreas de fronteira do Estado. A Comissão de Saúde é presidida pelo vereador Mauro Brum (PMDB). Também participam os vereadores Ronnie Mello (PP), José Clemente Corrêa (PT), José Fernando Tarragô (PSDB) e Rafael Alves (PSDB).

22 de julho de 2009