Comissão de Direitos Humanos ouve pescador ferido por marinheiros uruguaios

A Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Uruguaiana repudiou com veemência a violência praticada por marinheiros uruguaios contra o pescador Vilmar Rosa Duarte, 60 anos. Na noite de 11 de março passado, em águas brasileiras do Rio Quaraí, próximo à cidade de Barra do Quaraí, Duarte e outros dois colegas pescadores foram alvo de dezenas de disparos de arma de fogo de uma patrulha uruguaia embarcada. Dois disparos alvejaram Duarte pelas costas e ele necessitou de socorro médico no hospital Santa Casa de Caridade de Uruguaiana.

No relato à Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Uruguaiana, Duarte disse que ele e os colegas pescadores estavam em águas brasileiras do Rio Quaraí e que foram surpreendidos pela violência dos marinheiros. “Estávamos desarmados e, quando vimos a embarcação uruguaia, pensamos que eles precisavam de ajuda. Nos aproximamos para prestar auxílio, mas fomos recebidos a tiros pela patrulha”, disse Duarte. O presidente da Colônia de Pescadores Z-9, Clementino Alves da Silva, considerou a agressão injustificável. Segundo ele, os pescadores brasileiros são alvo de constantes abordagens agressivas como a que ocorreu.

A Comissão de Direitos Humanos, presidida pelo vereador Luis Gilberto de Almeida Risso (PMDB), e integrada pelos vereadores José Clemente Corrêa (PT), Ronnie Mello (PP), Rafael Alves (PSDB) e Francisco Barbará (PMDB), decidiu encaminhar o relatório sobre o caso para o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), à Comissão de Direitos Humanos do Congresso Nacional, à Comissão do Mercosul da Assembléia Legislativa, ao Ministério Público Federal, à Marinha do Brasil, ao Consulado do Brasil no Uruguai e à Polícia Federal. Para Risso, as relações de amizade e de paz entre os dois países (Brasil e Uruguai) não devem ser maculadas por atos de marinheiros violentos. “Esses atos de violência devem ser repudiados com veemência para que não voltem a ocorrer e prejudicar as relações entre os povos de dois países vizinhos”, declarou.

 

23 de março de 2009