Audiência pública diagnostica carência de mão-de-obra qualificada no município

Um diagnóstico sobre a empregabilidade da mão-de-obra, em Uruguaiana, foi elaborado pelos participantes da audiência pública que debateu geração de empregos no município, na noite de segunda-feira, na Câmara de Vereadores local. A audiência, promovida em parceria pela Câmara Municipal e pela Força Sindical do Rio Grande do Sul, apontou como um dos principais entraves para a contratação de trabalhadores de Uruguaiana a falta de qualificação.

Segundo o diretor da Força Sindical, Luiz Carlos Barbosa, no primeiro semestre deste ano, a cidade de Uruguaiana gerou apenas 81 novos empregos. Para o diretor, a cidade poderia ter gerado dezenas de outros empregos se houvesse mão-de-obra qualificada para atender a necessidade das empresas. A informação foi ratificada pelo presidente da Associação dos Arrozeiros de Uruguaiana e Barra do Quaraí, Walter Arns. O dirigente rural apontou haver oferta de emprego para trabalhadores com qualificação em eletrônica e eletricidade aplicada aos levantes hidráulicos de irrigação das lavouras. “A escola agrotécnica almejada pelo prefeito poderia estar preparando estes profissionais, mas ainda não foi implantada no município”, lamentou.

Arns explicou que tanto o Sindicato Rural de Uruguaiana quanto a Associação dos Arrozeiros estão sendo pró-ativos e buscando oferecer cursos de qualificação para trabalhadores das empresas agrícolas do município. A Associação dos Arrozeiros firmou, recentemente, uma parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul para ofertar um curso técnico de aguamento das lavouras.

O secretário de Indústria e Comércio de Uruguaiana, Giancarlo Fonseca, também apresentou informações a respeito da necessidade de mão-de-obra qualificada por empresas de pequeno porte de Uruguaiana. “Sei de uma empresa têxtil de Uruguaiana, de pequeno porte, que não consegue 20 costureiras qualificadas para contratar”, disse. O secretário apontou ainda a pouca disposição dos jovens para o estudo e para a qualificação como um dos fatores culturais da região a ser superado. “Temos mais de 21 mil alunos no ensino fundamental e apenas 5 mil no ensino médio. Isso significa que menos de um terço dos alunos prossegue os estudos para concluir os estudos. Qualquer empresa exige o ensino médio completo na hora de contratar”, ponderou.

O diagnóstico será transformado em uma carta, a qual será encaminhada aos novos parlamentares e ao governador eleito. O vereador Rogério de Moraes (PSDB), um dos proponentes da audiência pública, disse que a qualificação profissional deve ser uma preocupação permanente e que a solução depende de um esforço conjunto dos governos, das empresas, dos empregados, das escolas de formação e dos trabalhadores. “A tecnologia está transformando o mundo e o trabalhador tem que acompanhar o avanço das tecnologias para poder encontrar emprego”, disse.

9 de agosto de 2010