Audiência pública debate problemas dos caminhoneiros brasileiros na Argentina

Representantes de entidades ligadas ao setor do transporte internacional, como cooperativas de transportadores de cargas, ABTI, Sindimercosul e Receita Federal, e lideranças políticas locais e regionais estiveram reunidos na manhã desta sexta-feira (15/05/09), na Câmara Municipal de Uruguaiana, para debater os problemas enfrentados pelos caminhoneiros brasileiros na Argentina. O encontro resultou em um documento que será encaminhado aos deputados federais e senadores da bancada gaúcho, além do Ministério das Relações Exteriores e Ministério da Casa Civil.

O encontro debateu, sobretudo, os maus tratos a que vem sendo submetidos os caminhoneiros brasileiros no território argentino. Pelo porto seco aduaneiro de Uruguaiana, circulam mensalmente cerca de 15 mil caminhoneiros transportando mercadorias para os países do Mercosul, principalmente Argentina e Chile.

A audiência foi presidida pela vereadora Josefina Soares (PSDB). Durante o encontro foram ouvidos os relatos de caminhoneiros brasileiros. Entre as dificuldades foram mencionadas ações constrangedoras praticadas pela Gendarmeria Nacional, cobranças irregulares de multas e cobrança de propinas pelos policiais rodoviários argentinos. Além disso, foram relatados casos de detenções abusivas, apreensões ilegais de documentos, exigências irregulares de equipamentos veiculares, furto de bens particulares dos motoristas e o descumprimento de acordos de transporte do Mercosul.

O deputado estadual Frederico Antunes (PP) sugeriu a formação de uma comissão de deputados brasileiros para tratar com as autoridades argentinas uma solução definitiva para estes problemas. Antunes também sugeriu que documentos sejam encaminhados para o Ministério das Relações Exteriores.

O representante da Federação Nacional dos Trabalhadores Caminhoneiros da Argentina, José Alejandro Cetina, se solidarizou com os colegas brasileiros e se comprometeu em marcar uma audiência com o governo da província de Entre Rios (local onde a maioria dos problemas ocorrem) e com o presidente da Confederação Nacional de Caminhoneiros Argentinos, Hugo Moyano, principal líder sindical da Argentina, no momento, para tratar do assunto.

– Os caminhoneiros devem ser respeitados como seres humanos em qualquer lugar – disse.