Violência contra mulher é destaque na Câmara

       Em audiência pública realizada quarta-feira, dia 18 de outubro, o plenário da Câmara Municipal esteve lotado para participar do debate sobre violência contra mulher. O evento proposto pela vereadora Suzana Alves (PRB), foi coordenado pelo presidente da Comissão de Serviços e Segurança, vereador Clemente Corrêa (PSDB) e acompanhado pelos vereadores Elton da Rocha (PP), Vilson Brites (PMDB), Zulma Ancinello (PRB), Mano Gás (PSDB) e Carlos Delgado (PP).

         Compuseram ainda a mesa de trabalho da Brigada Militar, Major Gerson de Mello; do Poder Executivo os secretários Municipais de Educação, Emerson Ortiz, de Saúde, Thaís Aramburu e de Trânsito, Irani Fernandes; do SOS Mulher, a presidente Claudia Pires; a Comissão da Mulher da OAB Subseção Uruguaiana, Maria Lúcia Dora Vello; do Serviço de Apoio à Mulher Vítima de Violência, coordenadora Cilma Bitencourt.

        Em Uruguaiana, em 2017 houve registro em relação à violência contra mulher de 199 casos de ameaças, 166 de lesão corporal, 18 casos de estupro, quatro homicídios e duas tentativas de homicídios, conforme relatou a vereadora Suzana. “Nós mulheres, fortes e poderosas que somos, precisamos nos unir e mudar essa realidade”, declarou a parlamentar.

 

           A representante da OAB explanou que é preciso desconstruir a violência doméstica através das denúncias das mulheres, da conscientização dos agressores, da informação da sociedade e da colaboração de todos. Do Serviço de Apoio à Mulher Vítima de Violência foi relatado o histórico em Uruguaiana do trabalho voltado à visibilidade do assunto, criação da Delegacia da Mulher e atendimento às violentadas. Sobre o trabalho do SOS Mulher, foi falada do atendimento feito na ONG de meninas de 4 a 17 anos e que é preciso mais interesse da comunidade em geral sobre o assunto, inclusive com atividades voltadas a empresas que identifiquem e tratem os funcionários agressores como medida de solução para reduzir os números expostos.

         O trabalho de repreensão e proteção desenvolvido pela Brigada Militar foi descrito, sendo destacado o empenho para agilidade no afastamento dos agressores dos lares. Também aumento nos registros de 2017 em relação ao ano anterior, que deve-se ao melhor atendimento progressivo da Patrulha Maria da Penha. A secretária de Saúde frisou e importância do empoderamento feminino para promover o auto-gerenciamento de suas vidas tornarem-se menos suscetíveis à calarem-se sobre agressões. “É preciso planejamento familiar e educação, fortalecendo esforços e enfrentar o problema para que haja diminuição progressiva”, considerou.

           O secretário de Educação afirmou que deve-se aplaudir as leis que confirmam direitos aos cidadãos e a violência contra mulher deve ganhar visibilidade, para haver seu combate.

 Espaço de debate oportunizou diversas manifestações

         O presidente do Grupo de Apoio à Polícia Civil, Nelson Vaz Garcia, anunciou que, entre as ações da entidade, está prevista em um mês a inauguração da Sala Lilás, com atendimento às mulheres. A líder comunitária dos bairros Salvador Farraco e João Paulo II, Cleusa Batista, demonstrou preocupação com os elevados índices do bairro e apresentou como sugestão a implantação de projeto do Governo Federal voltado ao tema.

              O médico ginecologista, Silas Mello, tratou sobre a Lei de autoria da vereadora Suzana que torna obrigatório o registro de violência contra mulher no prontuário de atendimento médico. O profissional destacou a importância da matéria que levanta aspectos civis do registro de evidências e apresentou que a Lei Maria da Penha abrange mulheres e aquelas que sentem-se mulheres, além dos danos físicos, morais, psicológicos e patrimoniais.

              Do Conselho Municipal de Educação, a presidente Dirce Gracioso, falou da importância da educação nas escolas para prevenção de casos, destacando a cultura predominante de falta de respeito, machista e discriminatória que é trabalhada e combatida no ambiente escolar. O estudante Pedro Fioravante usou o espaço para salientar a necessidade do envolvimento de jovens no assunto.

          Mulheres usaram a tribuna para relatar casos de abuso, falta de assistência adequada, medo de realizar denúncias e suas histórias de superação e luta para o combate à violência.